A tragédia de Realengo produziu uma onde de choque em todo o Brasil. Os brasileiros estão em busca de respostas sobre o que aconteceu. Todos fomos de certa forma atingidos, pois foram crianças inocentes e famílias como as nossas que sofreram a sanha do assassino frio e premeditado.
Li diversas análises, aqui mesmo na blogosfera, sob o ponto de vista teológico e espiritual. Creio que há material suficiente e de bom conteúdo para explicar o atentado sob a ótica da fé cristã. Não quero caminhar por aí. Mas como jornalista, tenho cá as minhas perguntas para as quais ainda não encontrei respostas.
Acho temerário qualquer juízo de valor precipitado, mas creio que as investigações não podem, de antemão, desprezar nenhuma hipótese, sobretudo se o fizer em nome do "politicamente correto". Queremos uma sociedade sem ódio, mas, por outro lado, não desejamos viver acuados em nosso próprio país.
Apenas para que você entenda o meu raciocínio, se estivesse a escrever matéria para a mídia sobre o atentado, que ceifou a vida de 11 crianças, teria como linhas mestras, não necessariamente nessa ordem, as seguintes perguntas:
1. A carta deixada pelo assassino está razoavelmente bem escrita e articulada. Pessoas com limitados recursos linguísticos não produziriam uma carta assim. Teria ele capacidade de escrever um texto claro, com senso de começo, meio e fim, ou alguém o teria ajudado? Se houve ajuda, de onde partiu?
2. Sete dias atrás, em um "fake" do deputado Jair Bolsonaro no Orkut, a tragédia no colégio foi anunciada de maneira genérica, mas com alguns detalhes bem específicos. Com que intenção e por quem?
3. O assassino dispunha não só de duas armas, mas de farta munição. Segundo os primeiros laudos, disparou 59 tiros e estava armado o suficiente para promover uma tragédia de maiores proporções. Quem teria fornecido as armas e a munição?
4. A carta escrita pelo assassino pressupõe que ele já esperava a própria morte. Quem o teria preparado para isso e que ideologia poderia estar por trás da aceitação do fato?
5. Sabe-se que o seu computador foi queimado e o quarto onde morava, em Sepetiba, encontrado todo revirado. Foi iniciativa do assassino ou alguém, posteriormente, teria tido a preocupação com o objetivo de destruir provas?
6. É certo também que se tratava de um assassino muito bem treinado. Sabia manipular as armas. Tinha até um aparelho para repor as munições. Isso não se obtém só com teoria através de sites, como, de início, foi informado. É preciso praticar. Quem o teria treinado? Aonde foi feito esse treinamento?
7. Teria algum grupo se aproveitado do "desequilíbrio mental" do assassino para forjar um "ataque terrorista" e testar a segurança pública para situações futuras?
8. Se a última hipótese for verdadeira, e levando em conta a reportagem de Veja da última semana, o que isso teria a ver com a Copa do Mundo e as Olimpíadas?
Finalizo:
Finalizo:
Pelas perguntas acima, percebe-se que há ainda muitos pontos de interrogação que precisam ser bem respondidos pela investigação.
Acho prematuro, agora, qualquer conclusão sobre qualquer hipótese. Se, por um lado, devemos evitar o sensacionalismo, por outro não podemos varrer para debaixo do tapete pistas que possam levar a um desfecho com o qual não gostaríamos de nos ver confrontados.
FONTE: Pr Geremias do Couto
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